[querem-se os lábios despojados]

Data 26/12/2011 21:14:22 | Tópico: Poemas

.
.
.
.
.
.
.
.
.......................
*************************


...
desnovelam-se as madrugadas frias,
nas árvores sem folhas,
resiste a amendoeira em flor,
onde morcegos se aconchegam
no raiar escuro do sombrio dia.

O vento toca levemente
nas cores desbotadas pela chuva,
em algumas tristezas,
em algumas alegrias.

Breve o dia, perdem-se as horas
sem tempo, ainda longe a tempestade,
perto as pedras que piso distraído,
e fugimos os dois da lembrança
de um beijo tímido, que os olhos fechados
sentiram voar pela imaginação afora,

querem-se os lábios despojados
do sal do mar.

Não me ofereças o mel,
planta-me as abelhas no jardim,
perto das videiras,
e liberta os cavalos alados, que um dia
regressaram sem pressa,
num murmúrio das nuvens da
primavera.

[Beija-me então, novamente...]










O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=209638