O anis do orvalho

Data 30/10/2007 10:16:47 | Tópico: Poemas

Tudo ocorre no mais vegetativo
das gravuras rupestres da pele,
no bicudo paladar da serpente
num racional desconforto

Estou no tempo mastigado
pelos ponteiros persuasores,
num tempo transformado
em impossíveis hortelãs.

Podem vir que ninguém me acha

Devolvo ao mar as pontas do meu país,
a vesícula dos operários oprimidos,
a verga da solidão,
o anis do orvalho,
o corrupto desejo,
a soberana malina,
os tiques da saudade,
os céus de sodoma,
o réptil analista,
o pássaro mudo,
e eu, permaneço junto ao átomo triste
naturalizado na minha boca
que não quer falar.





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