2011/2012

Data 27/12/2011 16:30:34 | Tópico: Poemas

Em um ano corrido, fiquei nele parado.
Entre doideiras de muitos fui sinônimo de sossego.
Fui inexistente para muitos e muito presente para poucos.
Dos meus desejos e vontades ficaram todos eles presos em um grande intervalo.
Durante o ano fui o intervalo que a vida me forçou a viver, e fui quem nunca pensei ter sido.
Nas palavras escritas alimentei muitas esperanças, porem as minhas ficavam presas no teclado do meu computador.
Vivia no silêncio, e no barulho de minha janela apenas juntava palavras, interpretava sonhos, seguia no meu intervalo.
Sempre a meia luz e com a porta quase fechada, vivia minha quase vida.
Dentro de casa, um sorriso, uma alegria infantil, que me abastecia com vontades para continuar em pé, deitado no leito da vida que nada me permitia fazer.
A cada dia o corredor da vida se estreitava e o brilho do outro lado se distanciava me deixando perdido quando mais tentava me encontrar, mas um sorriso sempre me acordava de um pesadelo que parecia dizer que nada iria mudar.
Tive tempo para contar o tempo, e assim contei segundos e minutos em dias que mais pareciam anos.
Pude ver o sol brilhar, as flores brotar, a chuva cair o frio chegar e finalmente estou vendo o ano acabar.
Das lembranças, apenas o descanso de um corpo cansado de descansar, uma mente que em distantes lugares viajou e os sorrisos de um garoto faceiro que sempre esteve do meu lado.
Meu intervalo entre oito números esta acabando e uma metade adormecida, mais ainda viva, esta se levantando, acordando de um sono forçado, tentando mais uma vez, sorrir para a vida e para um garoto que sempre sorriu para mim.

2011/2012
By lcdasilva


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