Estendal de conjecturas

Data 29/12/2011 17:38:28 | Tópico: Poemas

No estendal dos sorrisos
Onde brilham tantos fulgores
E emergem as euforias
Se estendem tantos guizos
Em rastos de alguns valores
E nuances de tantos dias

No estendal das amarguras
Onde as lágrimas se contêm
Em partículas suspensas
Gélidas nas suas ternuras
Com a esperança que não têm
Pelo fluir de recompensas

No estendal dos sonhos
Com estrelas de deslumbrar
E a busca de belos destinos
Os desejos não são medonhos
Que qualquer simples acordar
Nos faz lembrar violinos

No estendal dos pesadelos
Mesmo acordados sonhamos
Com o desespero mais triste
E a lágrima sobe aos cabelos
Do sorriso saudade falamos
E a consumada mágoa persiste

No estendal da luz serena
Candeias estão penduradas
E as velas são os poemas
Há o sinal que nos acena
Na direcção de tantas estradas
E na resolução dos problemas

No estendal da insatisfação
Com tanta história estendida
Sem lugar para o rigor
Escasseia o singelo pão
Falta a honra então perdida
E não existe mais o amor

António MR Martins

2011.12.29



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