
[desencantam-se as manhãs descalças]
Data 02/01/2012 05:12:35 | Tópico: Poemas
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... desencantam-se as manhãs descalças, como o teu caminhar pisando flores adormecidas, … as flores reflorescem magnificas, e os odores, empurrados pelo vento de norte, libertam esta terra do cheiro a húmus. … É da nortada que as sombras se escondem, estilhaçando espelhos, perseguem os sonhos, transformam-se em sementes enterradas na superfície das terras úmidas, descansam-se como os nômadas esperando visões nas encruzilhadas, querem-se viagens, querem-se mar. … Vejo-te descalça pela aurora, no redemoinho das folhas secas, suspiros do vento, o tempo para na eternidade de um olhar, do meu, sinto o que deixei na saudade, sinto o que perdi nos horizontes longínquos, apenas sinto. … Apenas te vejo desaparecer no meio de outras sombras, sigo então o voo do albatroz, … habita-me o sorriso que um dia vi entre as ondas e as calmarias, desconhecidas as alegrias das viagens, nas batalhas sem fim contra destino, … habita-me esse teu sorriso, que um dia perdi.
O Transversal “La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”
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