queima como se fosse uma carícia

Data 02/01/2012 23:30:49 | Tópico: Poemas

enquanto escrevo essa carta, as folhas giram, as horas correm em círculos como um cão em volta de si ou um servo que anseia pelas águas correntes, minha alma anseia por ti em cada quilometro de segundo. essa carta pensa estar morrendo sempre que o sol se põe o fogo luta contra o fogo e o céu silencia queimando como vela a brisa do oceano fica gelada em minha pele e a face mais querida se desvanece como um barco na neblina que a correnteza leva e enterra no oceano. mas recordo seus olhos claramente, o canto de sua boca pressionada contra meus lábios como algo que despertou e dormiu. essa carta é uma carícia insinua-se intempestuosa como o vento fala por meio de raios e trovões cruzará o céu mil vezes antes que morra... e meu peito lamentará mil vezes não estar morto. esta carta logo será meu cemitério no lugar, tempo e forma e você já não estará em lugar algum...


Vania Lopez



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=210236