Poema enjeitado

Data 08/01/2012 09:23:39 | Tópico: Poemas -> Tristeza

Não faço minha a voz da razão
Tão pouco renego a minha intuição
Mastigo e rumino as vozes audíveis
Pior são aquelas que nem isso são

Destruo em mim tudo o que é poesia
Numa labareda que me queima a alma
Já me reneguei para um plano da vida
Onde cabem todos os que são enjeitados

Destruo os neurónios que ainda me restam
Num ato masoquista e inconsequente
Mastigo de novo as mágoas da dor
Já me vejo a sombra do que nunca fui
Como alma deserta querendo ser gente








Maria Fernanda Reis Esteves
51 anos
natural: Setúbal



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