
[soavam guitarras sem fado]
Data 20/01/2012 20:15:12 | Tópico: Poemas
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… naquele instante interno a tatuagem eterna nascia, sem cor, sem sombreados, algum sangue manchava a pele, … nas promessas suadas, soavam guitarras sem fado ao longe, lá longe. … Onde tudo começara desconhecia, queria outros sofrimentos, alguma alegria, porque não[?], o corpo cansado resistia a uma agulha velha que tricotava zumbidos, [havia quem lhe chamasse desenho], porque não desenho [?]. … Porque não, tanta a indecisão ultrapassada gasta de rotas noturnas sem referência, e entre um copo de vinho e outro, era rei, mesmo de um reino sem terra, só mar, nem os areais escondidos de Zanzibar nos cheiros do cravinho, da canela, iluminavam a noite, … porque não iluminavam o dia as estrelas [?]. Estranha a tatuagem da morte, formada no antebraço, porque não[?] afinal contra ela passara a vida a lutar, promessa de um moribundo, uma noite, ressusssitado pelo beijo de uma nereida apaixonada, podia ser o beijo de cimótoe, porque não? … Soavam guitarras sem fado, ao longe, lá longe, onde tudo começara...
Quando eu morrer, morre a guitarra também. O meu pai dizia que, quando morresse, queria que lhe partissem a guitarra e a enterrassem com ele. Eu desejaria fazer o mesmo. Se eu tiver de morrer.” Carlos Paredes (1925-2004)
Quando eu morrer que nasça outro mar, mesmo que seja um mar só de horizontes, mesmo que seja um mar mais pequeno que os outros, mesmo que seja um mar apenas de sonhos, se eu tiver de morrer. Porque não[?]
das viagens O Transversal “La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”
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