a prata do poema

Data 22/01/2012 00:12:40 | Tópico: Poemas

deixo sempre de fora
a prata do poema
a que finjo não ver,
e ando à roda do sentido
para que ele
não me encontre
não me bata
não me derrube
não me obrigue a olhá-lo
de frente até que a lágrima
me tinja o desespero.
não quero construir de tinta
no relevo no papel
tudo o que me falta
uma sinfonia de pássaros
uma palavra de água
um mapa para a ilusão.
então tacteio a noite
dentro de mim
da saudade
ao abismo
do esquecimento.
tenho na vida
apenas um tormento
os nós dos meus medos
confessados
por isso
fecho em gavetas
fundas
meus versos decifrados.


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