Sou tão feliz que nem sei onde colocar a alegria! Soprei para longe culpas e pecados Dilui-me nos bosquejos da ternura Não me pertenço, dou-me, gota a gota Num manancial sem fundo Viajando pelos arabescos da tua pele exsudada!
Quero tempo para sentir tudo devagar Sempre há mais mundo A descobrir Quando o corpo se faz alma! Tacteio O jorro de um lago imenso Que verte do teu corpo E me inunda como uma corrente! Em ti me deito E respiro teu beijo Que se fluidifica na minha boca!
O teu abraço protege-me do mundo Em ti esqueço o sótão do desânimo Onde o desamparo se compactou em pó Contigo as poeiras se levantaram desatinadas Como peixes a girar famintos e sequiosos!