Como farrapos usados

Data 13/02/2012 15:47:14 | Tópico: Poemas

Os ruídos são loucos
fragmentos de um universo oco
o fogo arde no centro
o calor não chega ao povo…

As chamas fumam pontas soltas
as vozes não se calam
nas silhuetas frenéticas…

As estreitas passagens
adoçam o fim do túnel
com luz
na eucaristia da nova vinda…

O cheiro a éter
inebria os corpos amortalhados
como farrapos usados
numa almofada sem nada…

Farejam sem aromas
os jardins do Inverno que vestem
certezas de uma dúvida
em clave menor…

Com os dedos frios do âmago
os rostos são paisagem
de uma mata no após fogo…

O horizonte chora
as nostalgias dos guerreiros
feridos na batalha…

O sangue desce da cruz
em lágrimas que a multidão esquece…






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