
LAMENTOS D`ÀLMA
Data 04/11/2007 11:23:06 | Tópico: Poemas -> Desilusão
| LAMENTOS D’ALMA
Às vezes fico a cismar Com os olhos mareantes, Pesquiso o éter a sonhar Em lamentos constantes.
Procuro a felicidade Nas dobras do infinito. Perco-me na eternidade Sem ecos do meu grito.
Ando em passos vacilantes Pelas ondas da existência, Quais embriagados errantes Em patamares da incoerência.
Perambulo no sopé da fortuna Igual estrume nutrindo a flor, A miséria, a mim importuna, Pela carência de rico pendor.
Navego na orla da vida Em escaramuças da sorte: Minha fé é dolorida... Só terei valor na morte!
Vagueia minha’alma sofrida Entre os meandros da paixão Com a fronte sempre erguida Alimentada pelo coração.
Lamúria de minha alma ferida Na injustiça da espoliação Na longa estrada da vida Em nichos de escuridão.
Reclama o espírito a dor Da visão da fortuna plena Na surdez do ameno amor Sem regalia da fé serena.
Reclama, ferida, minha’alma Com a injusta discriminação Nas veredas frias e calmas Dos contornos da ilusão.
Lamenta minha triste alma Entre as quimeras da vida, Na onda do mar sem calma Em oceanos sem guarida!
Soluça minha’ alma triste Neste planeta de ilusões, Frágil flor que existe Pendente de mil perdões.
Em minha’ alma corre morna A esperança da felicidade. No mundo sou uma bigorna A mercê da vil crueldade.
Com as lágrimas fluindo Vejo as estrelas perenes Quais diamantes sorrindo Em almofadas solenes.
Sou um viandante solitário Nas sendas do esquecimento, Cuspido! Vou pra o calvário Escarrado?... A todo o momento!
Na partilha dos benefícios Fico nas margens soterrado, A mim, sobram malefícios... Vis restolhos dos Bens doados!
No limiar do pensamento Outras vidas vislumbrei: Esfarrapadas, sem alento, Idênticas a mim, sem... Lei!
(aa.) S.A.Baracho. conanbaracho@uol.com.br<br />
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