CATEDRAL

Data 07/02/2012 13:11:19 | Tópico: Poemas -> Amor

o perigo das ruas não cala o meu Amor
os demônios que mendiganham procuras
vociferam o anel guerreiro que eu porto no dedo
mas só na alma levo jóias

eu tenho no Amor a arma fumegante
no olhar selvagem caço a presa sideral
porque na tenda Você dança a única saudade
que me sucumbe: o corpo de promessa

catedral dos anjos carnais

eu vivo cambalos da embriaguez que é o seu Amor
nada me submete porque no sexo o cão feroz se faz
eu vendo os sonhos da noite no mercado negro
assim pago o almoço da decadência que restou:

a verdade que o mundo só aceita em títulos contábeis

vocefera verbos de fogo dentro do labirinto
o meu grito de Amor cria outros seres
os poderosos nabos do rei
procuram vítimas mais dóceis

só as garrafas perdidas no Dilúvio informam corretamente
o endereço do Amor que me nutre de Você



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=213462