
Bairro da Luz
Data 11/02/2012 18:05:45 | Tópico: Homenagens
| Na plataforma ainda queima um cigarro de palha Queima feito brasa na velha Rincão No Rio da Onça onde a saudade bebe água Até parece de argila o meu coração.
Eu sou um caipira que nasceu em Barrinha A estrada de ferro que ajudei a construir Porém uma luz se acendeu por aonde eu vinha Adeus para sempre princesinha do Mogi.
Na malha turística do circuito de frutas O apito irritado da Maria fumaça Eu desembarquei a São Paulo em suplício de luta George Stephenson que me fez uma arruaça.
Eu ouvia dizer que por ali passava o café No fim do século dezenove Eu era um menino que tinha muita fé Hoje a saudade fez de mim um pobre homem.
Que me desculpe o Apeadeiro de Portugal Não há beleza que me desperta ou me conduz O Museu da Língua Portuguesa eu não vi igual E a Pinacoteca do Estado do Bairro da Luz.
A estação desenhada de um catálogo Britânico A torre do relógio arquitetada por Azevedo São Paulo Railway daqueles anos românticos Em 1867 a inaugurar em fevereiro.
Aos transeuntes como eu que passam na estação Que vão e que vem do árduo trabalho Assim era o cotidiano nas ferrovias de Rincão Dos tempos que meus cabelos nem eram grisalhos.
Na plataforma ainda queima um cigarro de palha Queima feito brasa na linda estação da Luz.
“Homenagem á São Paulo 458 Anos”
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli Village, Janeiro de 2012 no dia 10.
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