O avesso das coisas

Data 11/02/2012 21:20:42 | Tópico: Sonetos

Onde houver luz, existirá sombra.
Habitam juntas tristeza e alegria.
O breu da madrugada que agora assombra,
Quando alcançar o ápice, será dia.

A água boa que debela a tua sede,
Passeou n’alguma nuvem, evaporada.
Esse sono embalado em tua rede
Foi vigília quando veio a alvorada.

E do nada todas as coisas surgem;
Acho o avesso quando digo uma palavra.
Houve o feio quando a boca disse: _ Belo!

Pode intensa clareza ser vertigem.
Água calma poderá ser onda brava;
Como o prego tem por oposto o martelo.


Frederico Salvo.




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=213874