MORREM-ME POEMAS NA BOCA DO ALÉM

Data 12/02/2012 22:01:43 | Tópico: Sonetos

Quando um verso me quer desafiar o sono
Pés sorrateiros vêem a janela sem ninguém
Num sopro solta-se o peito ao abandono
Morrem-me poemas na boca do além

Os olhos contornam barcos em declive
As mãos vestem-se numa guerra de fendas
Em sufoco quase o corpo não sobrevive
A alma sedenta destina-se às emendas

Morrem-me poemas na boca do além
O aço que cobre o corpo é o único refém
Cortaram as raízes dum verso mudo

Deram-me um bilhete sem qualquer morada
Aquilo que um dia se resumiu a tudo
Hoje resume-se à palavra NADA!

10.02.12

http://sempapelecanetacomalmaecoracao.blogspot.com


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