[Relembro-te]

Data 14/02/2012 03:54:52 | Tópico: Poemas

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Relembro-me,

das cerejas que se queriam
em cor,
das árvores descoloridas
cobertas por sombras, de núvens
que vogavam sem rumo,

relembro-me,
dos dias que seguiam noites,
e o piar do mocho, que se escondia
nos ramos despidos,

relembro a terra nos castanhos
da madeira que rangia,
no sal que se entranhava
nas entranhas do meu corpo.

Relembro um mar em fevereiro,
longinquo, longe,
onde o cheiro a canela
invadia espaços fechados,
invadia o ar decompondo-o,
como o prenúncio de uma rota
qualquer,
seguida nas estrelas brilhantes,
adormecidas.

Relembro-te nos sorrisos do areal,
no meio do frio vento,
olhando imensidões,

distâncias jamais percorridas,
nem pelo sonho.Rasgava
então os mapas,
e sem caminhos,
adormecia no teu colo,
sossegava-nos, relembro-me.

Relembro-te em saudades distantes de um mar em fevereiro nas distâncias jamais percorridas... relembro-me dos dias que seguiam as noites e dos meus olhos que se fechavam... esqueci-me da forma das núvens que vogavam sem rumo.









das partidas e de alguns regressos...

O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”



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