[Há noites escuras]

Data 27/02/2012 11:50:52 | Tópico: Poemas

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Há noites escuras,
mais escuras que outras,
noites sem a lua dos amantes,

há noites que escrevo sem pensar,
tudo é possível, cometas
no quarto, corais na cama,
caravelas no copo de água
baloiçando,
noites.

Noites que removo o coração,
noites que dispo esta pele tatuada,
e o sangue espalha-se pelo
soalho, e o papel avermelha-se
também.

Há noites que escrevo nas paredes,
sentimentos,
histórias de alguém,
podem ser histórias minhas,
podem ser histórias,

e olham-me as sombras, assim,
apenas assim, que fazer?

Há noites que as saudades corroem,
queimam o que resta,
como labaredas desenfreadas,
línguas de fogo sem aurora boreal,
sem,
sem explicar.

Há noites tão escuras,
sem soluços, com todas as lágrimas,
que toda a minha vida me reaparece,
novamente, sim,
novamente,
só não a consigo agarrar,
só não a consigo tocar,
não consigo.

Há essas noites mais escuras ainda,
as noites das lembranças,
as noites das recordações,

esqueço-me dos dias,
esqueço-me do sonho,
esqueço-me,

e tudo revejo,
até a cor do dia,
até a cor daqueles dias
que antecedem estas noites tão escuras.

Há noites,
há tantas saudades,
são tantas as minhas saudades,
são tão escuras as noites.




["E sei dos teus erros
Os meus e os teus
Os teus e os meus amores que não conheci
Parasse a vida
Um passo atrás
...
quero ver-te sorrir"
The Gift - Primavera]

Lydia the Tattooed Lady

O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”



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