[Espero-te]

Data 05/03/2012 20:06:03 | Tópico: Poemas

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Espero-te naquela linha que
traçámos,
horizonte nosso conhecido, onde
o dia nasce e adormece, e sossega,
e quando lá chegares, que o
lenço de seda branco, fique
pendurado no lilás plantado
por baixo do arco-íris que,
dizias teu,

para sempre.

Cantam algumas baleias
que regressam das imensidões
que eu desconheço,
e libertam-se os gelos
das solidões do inverno,
constroem ilhas sem flores,
diferentes em cor,
daquelas que descobrimos num verão
passado,
minhas dizias.

E do beijo do reencontro,
que reste a ansia do abraço,
que o trocar dos olhares
descrevam as viagens,
que, padeçam então os silêncios.

Espero-te no pôr-do-sol
que esconde o horizonte
que traçámos um dia,
e na agulha de marear que me
orientou estes tempos todos,
algumas andorinhas fizeram ninho,
a rota,
já a sabia de cor,
tantas as vezes que naveguei,
pelos outros horizontes
meus desconhecidos.

Quando lá chegares colhe
os jasmins brancos,
adormece o mar de março,
liberta os pirilampos,
e,
sorri-me apenas, com o
sorriso que dizias ser,
só meu.


...
que os pássaros que morrem em voo
sejam cobertos pelo céu,

porque as raízes das flores,
já encontraram descansos.






Lydia the Tattooed Lady


O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”



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