Estranho

Data 14/03/2012 21:04:41 | Tópico: Poemas

Quando a madrugada
Começava ceder vez ao dia,
Ergui-me e te vi,
Em frente ao espelho,
Sem maquiagem
A pentear os cabelos.
Confuso, percebi tua imagem
Refletida, encarando-me,
Enquanto ouvia o rumor de passos
E vislumbrava, ao fundo,
Através do espelho do toucador,
Parte da casa que desconhecia.
Mudo, sem me reconhecer
Num rosto sem tintas ou máscaras,
Sem luta ou memória,
Pio crente de ti e do fastígio do amor,
Contemplava a cena,
Estranho de mim, de tudo,
Ante uma alvorada vindo, inexorável,
Mais estranha ainda...




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