
Sortilégio para um amor
Data 10/04/2012 11:53:15 | Tópico: Poemas -> Sombrios
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Consome-se quem a deseja, sem aplacar a volúpia que lampeja, corrói o corpo, a alma dilacera, contorce-se quem a venera.
Então, debaixo do pé esquerdo, no bífido e tosco casco torcido, eu prendo você como capacho, para que em tudo seja servido. Pela força deste vil despacho, que então em nada não esbarro, eu prendo seu corpo, amarro, e mantenho você agora minha, pela força feroz e daninha, das sete almas condenadas, pelas forças tamanhas emanadas, das águas de escórias entornadas, eu prendo sua vontade, amarro, nos riachos de rude e áspero barro.
Deles percorra o fundo de lodo, chafurdando voraz no limo, não se livre desse incômodo, jamais receba um tênue mimo.
Pela força do casco torcido de fenda bem no meio partido, sossego não tenha, paz não veja jamais tenha êxito nesta peleja. Mantenho você minha agora pela força bestial e ferina que grassa e campeia lá fora essa força que tudo domina.
Pois se contorce quem a deseja inflamado, queima de muito ardor, incendiado de tanto e intenso amor, e quer aplacar a volúpia que lampeja, que a vontade então destrói, a alma dilacera, o corpo corrói, consome-se só e só se desespera quem tanto e só muito a venera. by ArysG@ioVani
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