
Numa Resposta sem destino
Data 10/11/2007 22:34:09 | Tópico: Textos -> Amor
| Numa resposta sem destino, entrego a quem obedecer à ordem das inquietantes verdades, um sorriso de morto e veneno muito. Mantenho atento cada momento com a paixão rancorosa de te amar e odiar o mesmo tempo. Sigo-te nos meus incómodos pensamentos todos os dias e são dias e são tantos. Agonio-te de longe num feitiço inacabado, para que não descubras quebradiço para o encosto, rasgo o teu retrato a cada segundo que fujo porque te amo e oriento-me sozinho num mundo distante, neste onde te encontro. Eu? Fui eu, sim eu quem te ouviu dizer um dia “amo-te”, e agora? Deixas-te ver sem saber e escondes-te com a certeza de que já não existo, mas enganaste repetidamente, … porque nada me fazes perder. Retiraste tudo do que sou quando já muito pouco tinha a perder, aceitei os teus carinhos com a inocência nada vaga de quem sente que é o amor, aquele que o envolve e pergunto-me nestes momentos de intenso sofrimento, porque me amaste? Ainda existo, e reparei no teu percurso, para azar meu, porque me dirigi a ti como um eclipse, sim foi isso que aconteceu, o brilho dos teus olhos devolveu-me os sonhos como quem mandava para trás das costas as noites frias que te contei, as mesmas que me mostraram o que é estar sozinho de verdade, não sozinho porque ausente… É tão difícil, eu entendo e gostaria muito de contar, … ou talvez não. Na verdade penso que não, mas aconteceu, vi-te de novo uma ultima vez e foste tu quem me mostrou um perpetuo olhar, uma vingança pelas palavras que te tentei dizer. Acredita em mim. Errei, quem deveria acreditar era eu, e ser astuto o suficiente para perceber, que afinal foste tu que me perdeu. Ainda te tenho comigo e isso, ninguém me tira, pelo menos enquanto o meu sonho vingar.
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