Equilíbrio

Data 11/11/2007 16:14:45 | Tópico: Poemas

Apontei para Norte o meu desnorte,
Retirei todo o azar à sorte
E dei vida à que será, um dia, a minha morte.

Num retesamento de espinha
Saltei do chão para as pernas
Recuperando aquilo que tinha
Fechado entre asas e penas...

Fiz-me direito
Andei mal seguro por caminho estreito.

Balanço agora, abano
Num desengonço medido
E um desequilíbrio decano...

Mas cá vou, entre aspas e travessões
Fazendo das palavras, viva voz,
Dizendo dizeres gigantes e anões
E debruando-os com cornucópias
Na tentativa de sentir o pulsar
De algo que não se quer mostrar.

E assim, aponto outra vez o Norte ao meu desnorte
Esgrimo o azar com a sorte
E dou vida à, que vai ser, a minha morte

Valdevinoxis



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=21944