Vivência do Interior

Data 18/04/2012 14:37:22 | Tópico: Poemas

Guardo as tardes de outubro
e um poema para ler amanhã.

Cedo,
o sol se esconde
atrás dos laranjais.

Estrelas cadentes nascem,
deslizam, colorem horizontes.
As moças decifram sonhos,
leem as mãos dos poetas.

São eternas
as fotografias
da alma.

Ouço movimentos:
pedras passos raízes
crianças árvores.

Relógios marcam 30°.
mesas decoram as ruas,
invadem as calçadas;

ao redor, olhares em círculos
expressam contidos desejos.

Na sombra dos muros,
rapazes erguem os braços.
Medrosos,ouvem zumbis tatuados,
sôfregos, fogem da luz.

Na memória,a cidade se movimenta,
esquenta a temperatura das cores.

Mais horas são necessárias
para o trabalho das tardes.

Pensam os homens nas festas
que o destino não traçou.



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