[Ensina-me sobre os segredos do olhar de quem eu não esqueci]

Data 18/04/2012 18:20:12 | Tópico: Poemas

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Ensina-me e troca-me o olhar
enquanto tropeço,
afinal a terra parou,

o mar, destapa-se, esperguiça-se nesse algures,
esquece o horizonte
e fala-me dos silêncios,

dos silêncios.

E quantos mais mil anos de memórias terei de me relembrar para voltar nesse dia em preia-mar violenta?

Fala-me do amar, e navega-me até
onde a sede seca os cristais de sal
que o mar deixou esquecidos numa praia deserta,

navega-me até onde os pássaros
imitaram baleias nas migrações,
e voaram,
ou vogaram, tanto me faz.

Ensina-me e troca-me de novo o olhar,
mesmo que a terra se suspenda, se vire e revire,
ou adormeça,

que soprem ventos em remoinhos,
que se enfunem velas esburacadas,
enquanto empurro sem força algumas rochas que o mar esconde,
que me afundam,

que me obrigam a ficar,
que reste o branco das orquídeas que te ofereci um dia.


Ensina-me a regressar mesmo que a água encharque o barco,
e que as borboletas que morrem a voar
sejam enterrados no lado azul do céu.

Ensina-me a silenciar
todos os silêncios que me acordam todos os pesadelos.

Ensina-me sobre os segredos do olhar
de quem eu não esqueci.
Ensina-me.










um ciclo que tende a fechar-se. que se cumpra quando tiver de ser.

La Folie dos irmãos Marx, e um lugar ao Sol.


O Transversal
“La Folie, Lydia the Tattooed Lady, dos irmãos Marx,... das viagens, das estações do ano, das partidas e de alguns regressos...”





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