Iracema

Data 18/04/2012 22:00:19 | Tópico: Poemas -> Amor

Filha da floresta hostil,

de repente então surgiu

manchando de sangue meu rosto...

Ante minha pacífica reação;

arrependida fica então,

pelo gesto agressor imposto!...

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A mui bela e mui jovem nativa,

naquele instante o meu coração cativa...

Não tem, não tem o brilho do céu

o brilho do seu olhar infindo!...

Desculpas pediu-me num lindo

sorriso em lábios de mel!...

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-Eu me rendo, ó linda virgem...

Ao contemplar-te quase morri de vertigem,

vendo a mais linda da floresta, filha!...

Tupã, o deus grande em zelos,

deu-te os mais longos e negros cabelos;

teu hálito tem mais perfume que a baunilha!...

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-Se é da vontade de Tupã...é estranho

ter-te posto em meu caminho...ó estranho,

pois, para o amor eu não tenho um amanhã!...

Amo-te e isto se torna um grande dilema;

toma, bebe do mel de Iracema...

...que nos perdoe Tupã!...

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Tupã, deus grande, no mais alto do firmamento

rendeu-se a esse momento

e a nenhum dos dois então fez réu!...
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Filhos desse amor impossível, mas guerreiro,

contai para sempre e para o mundo inteiro

a lenda desse amor impossível; mas fiel:

se era da vontade de Tupã; é estranho;

mas permitiu ao estranho

o doce sabor, da virgem dos lábios de mel!...

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(GERALDO COELHO ZACARIAS)



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