dos ventos que são alisios

Data 20/04/2012 16:28:21 | Tópico: Poemas

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I

como detesto números
mesmo que sejam perfeitos, primos;

o luar esqueçe-os,
nem as estrelas querem ser contadas,
encantadas,
e

entre o vinho

que escorre de uma caneca com um rei de copas
para a boca,

e o fim da noite,

resta-me contar as horas
que fiquei em silêncio

na sombra quieta da parede. Volta,
descansa nos meus braços.

II

dos ventos alisios

que não provocam chuva no deserto
fica-me a visão perdida,

infinda,
que me atrai ao precipicio,
abro os braços,


reflexo de quem não aprendeu
a
voar,

regresso-me ao mar,
regresso-me a mim, despedaço-me.


Se os ventos alisios regressarem encerra-me no casulo onde escondes as abelhas em flor.





[do ciclo dos ventos, das primaveras, de mim, talvez de ti]





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