Soneto serôdio

Data 23/04/2012 13:02:41 | Tópico: Poemas

Agora já o chão molhado em espelho
Lhe mostra a antiga idade do seu rosto,
Os riscos carregados do seu cenho
A desvendar-lhe rios de desgosto

Outrora ainda o tempo era menino
Saltitando no riso das manhãs,
Chapinhava em sonhos miudinhos
Sem crer na cruz de chuvas temporãs

Os dias que lhe entopem noites turvas
Não serão mais que as pedras atiradas
Às águas que enganou pelo caminho

De velho já não vê além das curvas
E no céu não atina azuis palavras
Que lhe façam das nuvens pergaminho...


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