Outonal

Data 27/04/2012 00:27:08 | Tópico: Poemas

E havia no céu uma pedra amarela
que volta e meia deixava-se
derramar por sobre o meu corpo.
E, depois de passados alguns sorrisos,
era essa chuva de abril
que entrava pelas frestas da memória,
noturnando a vida.
Era assim o desfile das horas no encalço do teu perfume;
teu nome, em letras de fôrma,
e a inscrição do impossível.

E havia ainda, atrás da porta do nunca,
uma música pobre
- estandarte de nós dois –
tremulando.
E depois de passados o sódio e o silêncio,
era a alegria de maio que me agudizava o corpo,
justificando o nada.
Era assim a procissão dos dias, na intencionalidade da dor;
tua ausência servida em pedaços
e a repetição do novo.




"Era o meu sonho ter várias vidas. Numa eu seria só mãe, em outra vida eu só escreveria, em outra eu só amava"



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