o inferno nunca fica distante do paraíso...

Data 08/05/2012 01:47:16 | Tópico: Poemas

as árvores conversavam com o ar, um bando de chapins azuis atravessou o sol amarelo, como se fosse uma chicotada em todo o céu. o vento não
aparece, guarda o burburinho da grama, o sorriso do rio que escoa sob os pés (humildes e brandos). particularmente Deus cala-se. Millet sangra,
profunda e suavemente cria sua própria cor, como se (neto) de seu sangue.dentro de mim, tudo respira fundo o ar, sente o cheiro de seus cabelos, a alma vai afundando como uma valsa à luz de seus olhos... quem na pressa é descuidado pisa na minha saudade, deixa-me sem pele. Trabalho o solo da saudade (entre esse dia e hoje) como quem devora quadros. ali você invade-me como escritura sagrada... e eu te misturo nos olhos como se
fosse tinta, como uma menina que chora tuas lágrimas...


Vania Lopez



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