Vacuidade ou brincando de budismo...

Data 09/05/2012 14:50:34 | Tópico: Textos -> Religiosos

Um dos temas mais importantes e intrigantes do Budismo é a vacuidade, que seria tecnicamente "Estado ou qualidade de vazio". Talvez uma tradução melhor fosse “inconcebível” ou “que não pode ser nomeado”. Mas quando os budistas falam de vacuidade, eles não querem dizer “o nada”, mas sim um potencial ilimitado que algo tem de surgir, mudar ou desaparecer.
Vacuidade seria como perceber que do nada brota tudo, da impermanência das coisas podem surgir todas as coisas permanentes. Não é niilismo em nenhum momento, como na citação mais usada de gota no oceano, você não deixa de ser gota mas não deixa de ser oceano. O budismo também não é pessimista, como muitos ocidentais acreditam, é apenas realista, mostrando a impermanência das coisas. O amor também é vacuidade, quando pensamos no amor pensamos no amado ou amada mas pensamos em que, no que brota do nada, no potencial ilimitado que algo tem de surgir, mudar ou desaparecer. Pensamos no amor ao pensar no beijo, no carinho, no sexo mas é claro que pensamos em A, B ou C indivíduo mas no fundo no fundo pensamos, no existir naquele momento. daí não existe a amada, existe o objeto do amor no sentido metafísico. como algo real e abstrato ao mesmo tempo. Não existe metade da laranja no amor, existe a laranja feita pelas metades, unidas.
Enfim devemos lembrar que tudo passa mas é muito difícil, ninguém quer o vazio pois temos a sensação continua de algo a ser preenchido, o que é o apego, somos apegados a tudo e muitas vezes esquecemos que o destino é um só. Foi esta a grande motivação de Buda, livrar-se do apego material
Por isto buscamos tanto esta sensação, as escrituras budistas dizem que achar o "vazio" é como ter um pedacinho do nirvana de graça, aqui e agora, certamente achar a sensação do amor, repleto e vazio ao mesmo tempo. Como se realmente soubessemos o que é amor e a conexão direta com o mundo e com os seus seres... isto é para os iluminados (Bodhisattva) que renunciam a felicidade "até que o último talo de grama atinja a iluminação"


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