[despojam-se algumas estrelas...

Data 14/05/2012 19:47:43 | Tópico: Poemas

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despojam-se algumas estrelas dos fátuos brilhos,
que celestes sejam as ténues cores,

que os olhares

se quebrem silenciosos pelas teclas de um piano com cauda.

Ficará um, ou ficarão outros pontos

envolvidos pelo breve nevoeiro nenhures,

pensar-se-à então na imensidão de todos,
e os que rastejam [como serpentes, que sejam],
içar-se-ão contemplando os ecos que restarão das pedras angulares

despidas de tijolos.

Ao longe um breve azul colora as copas
que cobrem a floresta,

azul mar, azul céu, apenas azul,
que interessa

se os sinos já não tocam
anunciando as meias horas. Despojam-se alguns homens e mulheres da pele que os sufoca nos areais ainda em rocha,

esquece-se o tempo,
os corpos, o teu e o meu,

deixaram o espaço,
[desamarraram-se, desamaram-se].








[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]



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