
Lasciva Bicicleta
Data 16/05/2012 10:19:25 | Tópico: Sonetos
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Olhos belos e seios fecundos alvas pernas que pedalam vagas entre os moribundos Os homens em ti regalam
E na pólis com carros imundos Os quais os plebeus vassalam Biltres são os furibundos condutores que não te igualam
Bela e lasciva mulher Pedalar é a tua meta Vaga contigo quem quer
qual bela borboleta És a Cândida de Voltaire Vagueias de bicicleta
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Vagas a pólis, lés a lés pois o pedal está-te no sangue Jovem Mulher, quem tu és não há Lei que te imane
Os teus belos alvos pés são o fruto edénico langue que os pedais forçam, através das vias, dominadas pelo Gangue
E o carro na cidade é rei E objetas tu esta treta A República, quando vem eu não sei
Pedalar é a tua meta Mulher-Livre, és a Lei Atena, Vénus, a Bicicleta!
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Nefasto é o carro na cidade Funestas as suas emissões que causam cancro nos pulmões e criam elevada mortandade
Vagas mulher de tenra idade Exacerbas as sensações Crias-nos tentações nas pernas que trilham a mocidade
Roda a Roda, segues os trilhos da loucura Do Infante das velhas Ordens és a neta pois velejar naquele tempo na aventura
era modo limpo, a nau seguia como seta Bela Mulher, pedalas na formosura Passas por mim de Bicicleta
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O Homem segue o pedal do coração O carro, segue os trilhos da clausura Não há mulher, quem te iguale na candura Maria da Fonte, que nos liberta da opressão
Beijo-te os pés em redenção e liberto-me do carro, da ditadura da mobilidade árdua e dura Livre sou, foste a Fonte da Libertação
Sedosos cabelos que esvoaçam com o vento Quem é o macho, Mulher, que te completa? Na estrada livre, na Luz do firmamento
Mulher proba, íntegra e reta Inebrias-me o pensamento Passas por mim de Bicicleta
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E na pólis comandada por Satã Santo Graal que vagas dia a dia Bela Mulher, fugaz e fugidia Quem te deu a morder a maçã?
E é a tua ação, nobre e sã que me liberta da tirania Sem ti por certo, não sabia ser Livre, a cada manhã
Sentada no selim, ai que luxúria! Pedalas e segue-te o Poeta Libertas os profanos da penúria
És um arquétipo móbil, és Julieta Não te amar, é uma injúria Tens nome Mulher: és Bicicleta!
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