Poema a Coimbra

Data 22/05/2012 18:07:41 | Tópico: Poemas

Veste-se Coimbra a rigor
nos passos de uma tricana
entre as baladas de amor
por onde o fado emana

De Santa Clara te avistam
Mondego e Universidade
pela Portagem se despistam
onde te conhecem cidade

Segredam os trilhos de Inês
com Pedro sempre a seu lado
um amor que ninguém desfez
ou um mito encantado

No Penedo pela saudade
onde surge tanta ideia
num misto de felicidade
rumo ao Jardim da Sereia

Santa Cruz pelo mistério
envolvência do Divino
no alegre e o sério
pelo sorriso do Menino

Almedina de ti releva
um destino uma colina
por onde a Sé se reserva
a desvendar a sua sina

Do Choupal até à Lapa
cantou um dia o poeta
como quem tudo destapa
sempre de forma incerta

Menano em ti tanto cantou
tantos versos dos estudantes
Miguel Torga te elogiou
em muitos e belos instantes

Pascoaes te enfeitiçou
como dezenas de poetas
João de Deus te delegou
a cartilha das contas certas

Diferente de tanto belo
nesta pequenez nacional
que mesmo sem ter castelo
és fortaleza de Portugal

Cidade plena de vidas
melodia de tantos mitos
de muitas canções sofridas
e Portugal dos Pequenitos

A vida inspira os sentidos
na procura do seu alvor
às vezes estamos perdidos
sem saber encontrar o amor

Sorrir à Santa Rainha
entre grandiosos amores
na Real questão mesquinha
transformou o pão em flores

Exultas em todos os anos
e por ela não te irritas
capas negras são desenganos
em tantas queimas das fitas

Velhas lendas há na História
deste antigo Portugal
mas Coimbra tua memória
arquiva imensas sem igual

No traço da incumbência
várias histórias por contar
memória da saliência
em Coimbra de encantar


António MR Martins

2012.05.22




Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=222707