Naufrago

Data 15/11/2007 18:34:04 | Tópico: Poemas

Desmembro as correntes do vento,
corto o sopro
a cada inconstância
que se percebe nas aragens.
Abro o meu peito
aos desmandos dos desejos,
e sou naufrago
das marés e das sereias,
que me encantem e vencem.
Na imaginária lenda
que corre do meu sangue,
sou tarde de mais
a personagem branda
rectilínea,
que faz parte
de todos os cantos da vida.
No trespassar de cada dia,
dos momentos
que não se deixam esquecer,
sustento em mim
a ténue e frágil
esperança,
de permanecer enfeitiçado,
de me deixar de mim
e ser esse teu ser
que morre em cada alento,
e renasce pronto
a ser -
alimento -
de um último beijo teu.



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