
Dialeto da terra “mercado”
Data 26/05/2012 23:08:55 | Tópico: Poemas
| O dialeto da terra Quantos o querem perceber Vou falar aqui um pouco Do muito que há para saber Tem moçoilas Tem mercado Morangos rubros a ver A terra tem dialeto, Olhos que o viram crescer Nas quatro portas Uma cruz Que fala por cada ser Ainda o pão não está na mesa Alguém o está a vender No talho o sabor da carne Que a bifana não vai mentir O caldo verde da festa No chouriço a carpir A sardinha já na brasa Que o queijo não vá esquecer Tem no Zé da Joka a imagem São tertúlias do sentir O café queimou cigarro O totobola, vou lá saber… Reformou-se a menina Alice Dona Pata não voltou a vir Mas a fruta ainda é farta A hortaliça a querer sair Lá fica sempre um pregão Que é peixeiro no seu sentir Brilha o peixe no saber No lenço que está a cair Tem um rio de palavras raras Rosa, lírios e crisântemos Ramos que falam, Flores a sorrir Nos azulejos da terra Que a ajudam a revestir
Os malmequeres fora da porta Das tias que se partem a rir É uma contagem de trocos Dos pés descalços a pedir Que a florista escreve nas palmas Quando a terra teme o partir
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