[… e quando refletias o teu olhar no meu

Data 28/05/2012 19:54:55 | Tópico: Poemas

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e quando refletias o teu olhar no meu,
metamorfoseava-me na suave brisa que te beijava a face.

Envolvo-me nas maresias sem fim dos mares nunca dantes
navegados,

nas palavras sem prazos de validade,
que vão e regressam após longas migrações,
e resto-me silencioso sem noite, sem dia, sem ilhas por descobrir.

Refaço-me quando o sol desapareçe, apenas aguardando
pelo baloiçar da maré sem ritmo, inconstante,

tersas as ondas que refletem pontos brilhantes sem vida,
que me afastaram de ti.

E, enquanto existo,
adejando sobre o mastro que se contorce pela violência das velas enfunadas,
revejo-me ao leme,
afastando-me da brisa com que te beijava a face,

[quando refletias o teu olhar no meu].








[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]




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