
Ao emergir
Data 16/11/2007 12:45:00 | Tópico: Poemas -> Amor
| Sinto um olhar atento, cálido, sensível e no meu esforço ao renascimento primeiro a luz, depois o firmamento. De raízes profundas e tênue folhagem não sou um sonho, nem miragem. O suor que de mim brota, como gota escaldante busca o etéreo saber efervescente. E nas asas do vento, vôo ao infinito... Como semente cuspida, em busca de solo árido, suga-me o beija-flor. Enquanto flor adocicada, sou alimento de pássaros que bailam ao meu redor. Como folha esmaecida, sou o canto nos pés do lenhador e a quebra do silêncio, na mata toda em flor. Ao emergir do solo, ao ser lançada pelas águas, não me contém o tempo. Não me detenho a nada. Viro a lava de um vulcão, viro a calmaria da mata Se emerso de teus sentidos torno-me a mais linda cascata. E busco o teu olhar sensível seguindo o curso do rio... Encontro-o navegante, ondulante, encrespado beijando as ondas na praia.
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