
NÉCTAR DOS DEUSES
Data 30/05/2012 20:31:30 | Tópico: Poemas
| NÉCTAR DOS DEUSES
Nos emaranhados garfos se curva A cadência elegante e secular O nu embaraçoso, tenra uva Que se pisa, que se cruza Que se mata e que se usa Num jovial fermentar.
Sucumbem sobre as pisadas Dumas cantigas brejeiras Entre copos de gargalhadas Elas se esvaem, esmagadas A caminho das trincheiras.
No leito bem ensebado Cresce a revolta em burburinho Num ferver mordaz, irado Explode na força, graduado O mosto que será vinho.
E selam-se pactos e juras De sangue, saliva ou suor Conselheiro das loucuras Amigo fiel nas agruras Sempre à mesa do senhor.
Que estoirem as castanhas Ao som do néctar sagrado Se contem novas patranhas Colhidas nos vales e montanhas Afinando o velho fado.
E as noites viram folia E dança-se sem saber Em copos de alma vazia Se entornam sonhos, magia Para um novo amanhecer.
Beija-flor
|
|