Aos pés do tempo

Data 07/06/2012 22:20:24 | Tópico: Poemas

Do chão que arranca o meu peito
crescem girassois despetalados
no orvalhar silencioso da noite
da pele que me cobre os olhos

Ardem gerberas rubras, inundadas
pelo despentear mudo dos corpos imoveis
no emaranhado lusco-fusco do tempo

No fugidio olhar gotejante
irtam as mãos desmembradas
e num electrocutar vagante
jazem quentes os dedos no poema
caídos aos pés do tempo

Ah se os olhos cegassem por um momento
e partissem nas desfolhada do sentir
não haveria dor alguma, querendo
dissecar o estupido tempo





Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=223980