Canção suicida
Data 09/06/2012 15:08:02 | Tópico: Poemas
| Antes era livre; Dispunha de amplo Firmamento teórico para aventuras Amorosas e ontológicas, Mas nunca conjecturei-me feliz, Sabendo até que muito desejava tal emoção. Certas associações tão óbvias Não se conjugam neste mundo incongruente, Enquanto algumas contradições surpreendentes Enredam-nos facilmente nos viéses da vida, Pois sendo amante devasso De todas as fórmulas de lupanar E de fêmeas filosofias ocidentais, Não era feliz, Não, ao menos, como um dia foram Gregos ou romanos transfigurados Pela apolínea beleza do Olimpo... Contudo, hoje, quando circulo, Sempre me deparo com paredes Sem contradições, de crueldade, Liturgia escolhida De uma única profissão de fé. Porém, nem tudo parece perdido... Nelas, percebo sempre uma janela Para, de monturos de arame e aflição, Defenestrar-me, alcançando, (Quem sabe?) após prisão e flagelo, A medida vaga da aceitação, Que vem de saber que o saber Faz sofrer eternamente...
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