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 A morte do poetaData 17/11/2007 15:50:54 | Tópico: Poemas -> Tristeza
 
 |  | A morte do poeta 
 Seis horas, tarde finda,
 ainda que meus passos me levem
 a algum lugar,
 já não encontro meios de sonhar.
 
 Estrelas brilham, lua cheia
 que incendeia a ribalta.
 Alta a noite ainda caminho
 sozinho com meus passos
 deixando espaços para trás.
 
 Jaz a última esperança
 na dança de emoções;
 paixões esquecidas
 sofridas lembranças
 de tempos de outrora.
 
 Demora a morte do poeta,
 seta que corta a amplidão
 da solidão de um ser
 que viver não quer mais.
 
 Paz, enfim.
 E assim, na fria madrugada,
 por sob a murada seu corpo jaz.
 
 De quem é este corpo morto?
 Toda opinião é incerta.
 Mas ninguém sabe que a alma que sobe
 é alma do poeta.
 
 Mauro Gouvêa
 Rio de Janeiro, março 1983
 
 Homenagem ao poeta e escritor Pedro Nava, nascido em Juiz de Fora, assim como eu, que cometeu suicídio aos 80 anos no Rio de Janeiro. Pedro não quis esperar a morte, convidou-a para dançar.
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