[… do anti-verso que se exaspera

Data 16/06/2012 04:23:33 | Tópico: Poemas

.
.
.
.
.
.
.
.
....................................
**************************************


do anti-verso que se exaspera, como o alazão
puxado pelo freio, se quedam as palavras indomáveis,

mesmo as que carregam as cores,
mesmo as que carregam os sons,

e das nenhumas imagens que desejo, [consigo] visionar,
tropeço nos desassossegos,
nos recantos que ficam por preencher,
nas pedras angulares que nada sustêm, nem pós.

Explica-me os labirintos de mim por onde me perco,
explica-me o sorriso,
explica-me o inexplicável, por onde me desnovelei inda agora
nesta maré de sizígia que jamais vogará
pelo poema afora. Desnuda-me.

Adensam-se os cirros em círculos que envolvem os lábios
que imagino entreabertos,

confesso-te;

dormiria ao relento nos labirintos por onde me perco,
se as tuas mãos me escorassem.




experimental II. Palavras rabiscadas numa Moleskine sem prazo de validade.

Maré de sizígia - as maiores amplitudes de maré verificadas, durante as luas, nova e cheia, quando a influência da Lua e do Sol se reforçam uma a outra, produzindo as maiores marés altas e as menores marés baixas.

inda agora seja.

“6”

“Amo o caminho que estendes por dentro das minhas divisões.
Ignoro se um pássaro morto continua o seu voo
Se se recorda dos movimentos migratórios]E das estações.
“Mas não me importo de adoecer no teu colo
De dormir ao relento entre as tuas mãos”

(“Do inesgotável” Daniel Faria)


[“do ciclo, as palavras não têm prazo de validade. “ Riva la filotea. La riva? Sa cal'è c'la riva?” (Está a chegar. A chegar? O que estará a chegar?)]



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=224638