Entre Muros

Data 16/06/2012 21:15:53 | Tópico: Prosas Poéticas




A vida perdia os sentidos vagarosamente. Deus parecia fugir das almas, depois de dezenas de pai-nossos e Ave-marias atrapalhadas.Fomos ao shopping, desejamos novos sapatos, perfumes, relógios e tablets.A vida conduzia-nos para o consumo ou para o estilo low profile? Decidimos entre uma loja e outra, visitar o cemitério situado na mesma rua do shopping. Havia paz entre os muros.

A noite se aproximava. Os portões separavam os vivos e os mortos. De volta para casa, o silêncio no carro, dava sonolência. Se ouvíssemos Enya, perceberíamos a presença de meu pai nos dando consolo. O irmão mais velho não permitia conversas, nem desabafos. Senão, todos cairíam em prantos e o carro com falhas no motor, interromperia a viagem por algumas horas...

Minha mãe, os filhos, genros e noras continuaram em compasso de espera. Os laços fraternos continuaram lassos e a vida pedia explicações filosóficas que ninguém saberia interpretar.






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