Inorgânicos

Data 17/06/2012 14:38:24 | Tópico: Poemas

Diante do morro uma vitrine que exulta,
O vento que corre acariciando as têmporas,
O surto poluído que maltrata e leva embora
A beleza em que o olhar mergulha nas horas curtas.

Campeia uma devastação que deixa a natureza constrangida...
Espesso nevoeiro rebola ao redor das nuvens cinzentas,
Orvalho doentio fotografa mazelas e o pólen se ausenta
Da flor seca regada ao deboche da atmosfera carcomida.

A morte é “status quo” que configura o destino
Das vidas que se rastejam na terra e no ar ferino
E dos próprios astros que padecem na fuligem atômica...

Eis o ensaio de uma fossilização que se aproxima,
Nada restará no diagrama, quer embaixo, quer em cima,
E nem o vácuo reportará vestígios de vida orgânica!



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