Gravity of Love

Data 18/11/2007 01:56:38 | Tópico: Textos -> Esperança

O brilho do sol do Algarve quase me faz chorar.

Espalho o olhar sobre milhares de alfarrobeiras, oliveiras, figueiras e laranjeiras que se estendem nesta terra vermelha, barrenta, pedregosa. O meu coração também voa por todo este Algarve interior, sinto-o a ser acarinhado pelo sol algarvio e a saudade fica sempre comigo quando caminho para longe deste mundo.

Pode ser que um dia eu caia em mim e consiga ter realmente a noção da dimensão de um "ADORO-TE MUITO DORA". (Lisboa 257 - tantos quilómetros ainda por fazer, ate chegar a minha terceira casa...) Espero poder ter a noção do quanto que gostas de mim e de quão és precioso, perfeito do alto da tua imperfeição, o quão és um entre milhões e o quão te devo acarinhar por seres simplesmente quem és.

A paisagem altera-se, já não vejo a vegetação que identifico como típica do barrocal algarvio (para alguma coisa serviram as aulas praticas de geologia geral, há quase 10 anos atrás) mas sim muitos pinheiros, alguns eucaliptos (ola Austrália, que raio fazes no Algarve??), azinheiras e sobreiros que denunciam a proximidade do meu (esse sim, MEU) Alentejo. Só falta a terra plana para dizer que e o meu Alentejo, mas o brilho do sol algarvio e as chaminés das casas não deixam duvidas... Alentejo ainda não.

Abriste o meu coração e ao fazê-lo também eu abri um pouco o meu. Olho para o "ADORO-TE MUITO DORA" escrito a caneta de feltro no tecido interior (como eu gosto destas coisas...) da minha bolsa nova (foste tu que ma deste) e o meu coração amolece dentro da armadura onde o coloquei para não me incomodar.

(27 de Setembro de 2006)


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