Conto _ A Pintura

Data 25/06/2012 17:15:00 | Tópico: Crónicas

Dyego desde a infância carregava seu dom de Artista e junto com ele o drama de ter duas paixõs..
Uma era a Pintura, seu primeiro amor e também o que mais o que mais ocupava espaço e dava prazer a sua vida.
A Outra era Anita. A mulher mais bela que já vira, a primeira e única por quem já se apaixonara e com quem era casado desde os vinte anos.
Ele era um dos melhores pintores da sua geração e conseguia retratar em seus quadros sentimentos e expressões que nenhum outro pintor jamais conseguira, era como se ele conseguisse transportar ao quadro a essência das pessoas e das coisas. E por seu trabalho tão maravilhoso era tão requisitado e não tinha tempo de dar a devida atenção a sua bela esposa.
Anita por sua vez morria de ciúmes da "Amante do marido", mas o amava tanto, que não cobrava nada dele e tentava entender e aceitar que seu amado desse mais ateção a ela do que a sua arte. Só se preocupava quando percebia ele meio frustado e cabisbaixo.
Dyego sabia o pintor maravilhoso que era, mais sabia que podia ser mais. E sua frustação vinha de não encontrar algo tão maravilhoso a ser pintado, algo tão grande quanto seu talento.


Foi então que um dia ao chegar em casa viu anita dormindo e se lembrou do quanto ela era bela, então decidiu que faria dela a sua obra prima. Pintaria Anita e faria dela a maior pintura já vista em todos os tempos. Anita ficou feliz com a ídeia e aceitou dividir o amor do seu marido Pousando para a sua amante. Pois assim ficaria com ele mais tempo.
Mas uma Obra prima não é feita assim tão rápido, passaram-se meses, ambos não saiam de casa, nem recebiam visitas. Dyego estava tão concentrado que até chegara a ficar meio agressivo. O quadro estava quase pronto e a cada dia mais belo, Anita aparentava um profundo abatimento,porém ele nunca reparou. Ele não percebeu que as cores e o brilho que emanavam do quadro haviam sumido da modelo.


Até que a Obra da sua vida ficou pronta.
A tez rosada,os olhos azuis cintilantes, o belo cabelo preto. Tudo estava perfeito. E a imagem emanava algo incompriencivél, Ele poderia vêr a Vida nela.
Mas ao virar-se para a cama onde Anita Pousava percebeu que a pele rosada de sua esposa agora era pálida, que os olhos azuis não mais brilhavam, estavam fechados e nem seu doce seio oscilava mais em constante respiração.
A morte havia se apoderado de sua alma.
Assim como o quadro de sua VIDA!


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