A Carta Que Nunca Te Escrevi ou A Simples Confissão do Meu Maior Crime (Parte XXXII)

Data 27/06/2012 16:32:14 | Tópico: Prosas Poéticas

Hoje ficaria mal comigo próprio se não te dissesse que me apetece apaixonar-me, talvez também apaixonar-te. É um estado de espírito que me nasce de quando em vez, que me faz sorrir quando te penso a meu lado, que vai crescendo à medida que acompanha a vagarosa caminhada do Sol desde o seu nascer e depois da Lua, até que durma. Só assim, na melancolia da nossa solidão pintada a raios de Sol durante o lento dia, na alegria do nosso sonho que se esconde entre as sombras da Lua. Sol e lua! Tal como nós formam uma paixão mortal, um complemento da vida de cada um.
Decido agora que vou apaixonar-me todos os dias até que a paixão do Sol pela Lua deixe de ser meramente platónica, se torne tão real como a nossa há-de ser, talvez assim te consiga apaixonar.
Temo não conseguir escalar mais este mundo que nos separa. O tempo também não ajuda, a cada vez que escrevo ele aumenta mais entre as nossas vidas, a distância é feita de caminhos íngremes e sinuosos, a idade é travessa, não pára para nenhum de nós. Sim, vou envelhecendo e ficando trôpego. Um de nós tem de ceder, mas não sei ainda como.


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