COGUMELOS

Data 28/06/2012 03:17:02 | Tópico: Poemas



Lentamente,
a vida conhece a sua simplicidade,
abrindo-se para o abandono
inesperado do tempo,
conhecendo o ápice
da evolução,

Acordo tarde,
espreguiçando com um amor
estranho na beira dos olhos,
não procurando nada além
do agora sem sol,
da penumbra e sua dádiva doce.

Não levanto
para assistir o miraculoso
instante, o nascimento
de mais uma vida minha.
Sozinha, contínuo múltipla de mim.
Nada careço além
de cogumelos e de sua beleza
rápida, e de seu gosto
dissolvendo a manhã
na minha boca.

Estou completa
(de nadas).


Karla Bardanza






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