À MINHA ALDEIA AMADA

Data 29/06/2012 19:35:27 | Tópico: Poemas -> Dedicatória
















Os que partiram deixaram como herança
O céu, as estrelas,
que mirava em criança.

Já não se tingem os calcanhares
de uvas novas
Já não se cantam nos lagares
antigas trovas.
Transborda o rio as suas águas
Varre-se a minha vista, não resistindo
às mágoas.
Hoje é outro o ar por companhia,
e a saudade a chave da minha alegria.
Prisioneira minha alma vagueia!
Entre a boca e o beijo vejo a hora
que sem demora
virá a misteriosa lua cheia,
a mesma de outrora
Que no teu rio se espelhava.
Enquanto o sino tocava
as Avé-Marias,
tão poderoso como a esperança
na pureza do entardecer.
A inocência desses dias
trago na lembrança!
Sonho que ainda quer arder.

Tudo se rende ao meu redor
E não há fronteiras na memória,
Nem a lonjura, a ausência ou a dor
Fazem esquecer minha história.

Na hora da partida
que um dia vai chegar,
Te entrego minha vida,
o meu corpo para em ti para sempre
morar..
Mas enquanto me restam gestos
e palavras, não
me perco estou segura!

E dir-te-ei: AMO-TE
AMO-TE , com ternura.

rosafogo

natalia nuno


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=225676